* Por Domingos Orestes Chiomento
As empresas brasileiras, independentemente do porte e da região em que estão localizadas, continuam enfrentando muitos desafios para se manterem no mercado, primeiro por causa da alta carga tributária, que hoje é de aproximadamente 35%, praticamente o dobro do valor nos demais países em desenvolvimento. Em segundo lugar, a alta competitividade e o dólar baixo. Como se não bastassem esses entraves, essas organizações têm de concorrer com os produtos "made in China" que, por causa dos baixos preços, prosseguem assustando os empresários de todo o território nacional. Os "negócios da China" estão presentes em todos os setores. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os produtos chineses representam 13,71% do mercado de importações brasileiro. Além de mostrar que as relações entre Brasil e China estão ótimas, esses números apresentam uma triste realidade: os produtos chineses dominaram o Brasil. O concorrente é desleal, onipresente e de repente até faz parte do que o empresário fabrica. Pecinhas para celulares, máquinas fotográficas, barracas de acampamento, roupas, lanternas.
As empresas brasileiras, independentemente do porte e da região em que estão localizadas, continuam enfrentando muitos desafios para se manterem no mercado, primeiro por causa da alta carga tributária, que hoje é de aproximadamente 35%, praticamente o dobro do valor nos demais países em desenvolvimento. Em segundo lugar, a alta competitividade e o dólar baixo. Como se não bastassem esses entraves, essas organizações têm de concorrer com os produtos "made in China" que, por causa dos baixos preços, prosseguem assustando os empresários de todo o território nacional. Os "negócios da China" estão presentes em todos os setores. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os produtos chineses representam 13,71% do mercado de importações brasileiro. Além de mostrar que as relações entre Brasil e China estão ótimas, esses números apresentam uma triste realidade: os produtos chineses dominaram o Brasil. O concorrente é desleal, onipresente e de repente até faz parte do que o empresário fabrica. Pecinhas para celulares, máquinas fotográficas, barracas de acampamento, roupas, lanternas.
O "efeito China" invadiu o mercado brasileiro. Eles começaram com produtos mais baratos, depois investiram em inovação e qualidade. O objetivo é destruir a concorrência e dominar o mundo. Para isso, todas as armas possíveis foram postas a serviço da indústria chinesa, como o incentivo a redução de salário, forte desvalorização da moeda em longo prazo, incentivos fiscais para os exportadores, juros subsidiados para investimentos em indústrias, entre outros detalhes que fazem essa lista se tornar extremamente longa. Já no Brasil o cenário é bem diferente: além da burocracia, o peso dos impostos, as dificuldades para obter crédito e formar uma base sólida de clientes, a maior complicação enfrentada pelos empresários nos primeiros anos do negócio é a sobrevivência do empreendimento. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em fevereiro de 2011, os produtos chineses estão mais atrativos no mercado externo que os equivalentes brasileiros. O levantamento aponta que 67% das empresas exportadoras brasileiras, que competem no mercado externo com produtos chineses, perderam seus clientes.
Mais da metade das empresas exportadoras do Brasil (52%) compete com produtos chineses no mercado mundial. O estudo mostrou que os produtos chineses são atraentes no mercado interno brasileiro e apontou que 45% das empresas do País que competem com a China no mercado doméstico perderam participação entre os consumidores brasileiros. Com tantos obstáculos a serem superados, como continuar produzindo no Brasil? É preciso superar, da melhor maneira possível, os desafios para sobreviver no mercado, no dia a dia, em todos os setores, independentemente do porte da empresa. Para se defender do avanço inevitável dos produtos chineses, os empresários devem traçar estratégias e enfrentar a competição, investindo em qualidade, na qualificação da equipe e no design dos produtos, reduzindo os custos e aumentando a produtividade. É importante ainda ter cuidado com o meio ambiente, desenvolver novas mercadorias, e, principalmente, manter o equilíbrio no fluxo de caixa.
Para atravessar essa longa e violenta tempestade, chegou a hora de os empresários brasileiros reverem seus conceitos. Precisamos ser mais ágeis que os chineses. E, com absoluta certeza, essa não é uma tarefa fácil, uma vez que eles se destacam pela forte capacitação de produção em escala e são especialistas em fazer o esboço de um determinado produto e enviá-lo para a linha de montagem em tão pouco tempo. Talvez por esse motivo a China seja considerada a nação que mais impressiona o mundo, com uma média de crescimento de 10% ao ano na última década, percentual superior ao das maiores economias mundiais. Tudo precisa ser repensado: as atividades internas, os gastos com manutenção produtiva, os níveis de estoques e os investimentos que não atingiram o retorno esperado. Agora não basta apenas a superação desses inúmeros obstáculos para se manter no mercado. É preciso trabalhar, com cautela e determinação, e encontrar soluções para o problema, selecionando bem os recursos disponíveis, analisando as oportunidades de mercado e pensando muito bem antes de tomar qualquer decisão relacionada a novos investimentos. A regra é maximizar as aplicações já realizadas antes de pensar em novas. A economia brasileira tem capacidade para ser tão ou até mais atrativa que a da China.
* Domingos Orestes Chiomento é presidente do CRC SP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo), gestão 2010-2011.Fonte:crcsp
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