Contabilidade é a alavanca no processo de desenvolvimento sustentável

* Por Luiz Fernando Nóbrega

Nos últimos anos, as empresas e a Contabilidade têm sido influenciadas pelas incidências de novas tecnologias e racionalização dos custos. Os assuntos ambientais estão crescendo para a comunidade de negócios em termos de responsabilidade social e ambiental. A procura de produtos que atendam ações sustentáveis cresce demasiadamente. A cada dia, a sociedade tem cobrado mais e mais envolvimento das empresas nas questões relacionadas ao meio ambiente.
Cuidar do planeta é muito mais do que uma necessidade. É uma obrigação. Se não tratarmos da natureza agora, não precisaremos mais cuidar depois, simplesmente porque não teremos mais com o que nos preocupar. É com este ponto de vista que muitas organizações passaram a divulgar informações não só com as suas performances contábeis, econômicas e financeiras, mas também com os dados ambientais de suas atividades.
Qual é a relação existente entre a Contabilidade e as questões socioambientais? Em princípio, não há nenhuma analogia direta no que diz respeito aos aspectos sociais e ambientais e o cenário contábil. Atualmente, as organizações evidenciam seus aspectos do meio ambiente voluntariamente, sem nenhuma implicação de natureza societária ou fiscal. Contudo essa é uma prática crescente entre todas as organizações por ser considerada a melhor forma para responder às mudanças estruturais e estabelecer um diálogo mais transparente com fornecedores e clientes.
A cada dia, a tendência é que mais empresas incluam, em seus relatórios, todos os dados relacionados ao meio ambiente, facilitando assim o acesso desta informação a um grande número de usuários e auxiliando-os no processo de tomada de decisão. O profissional da Contabilidade diante deste cenário tem uma missão: a de conscientizar o empresário da importância da divulgação dos impactos financeiros gerados pelas ações sócio-ambientais por meio dos relatórios contábeis e financeiros. Além disso, os aspectos contábeis e as questões socioambientais estão mais interligados do que muita gente imagina, uma vez que as Normas Internacionais de Contabilidade são acompanhadas pela GRI (Global Reporting Initiative – Relatório de Iniciativa Mundial), que tem o objetivo de disseminar e desenvolver globalmente as diretrizes para que as empresas elaborem relatórios de sustentabilidade. O principal propósito do GRI é fazer com que os relatórios de desempenho social, econômico e ambiental, elaborados por todas as organizações, sejam tão rotineiros e passíveis de comparação como os relatórios financeiros. 
Neste cenário, os Contabilistas têm um papel fundamental. São eles os responsáveis por elaborar o planejamento, avaliação e controle das questões sociais e econômicas. Eles devem incentivar às empresas a implementarem gestões ambientais que possam gerar informações apresentáveis no aspecto contábil. Sem a figura do Contabilista, a complexidade do assunto pode representar uma “pedra no caminho” para muitas organizações, uma vez que o tema envolve julgamento e conhecimento específicos. A Contabilidade está se movendo rapidamente na direção do bem-estar econômico e social. Foi-se o tempo que sua função estava restrita aos fornecimentos de dados para a melhor alocação dos recursos econômicos, visando à riqueza empresarial. Sendo assim, nos próximos anos, os Contabilistas deverão estar cada vez mais envolvidos com o meio ambiente e as medidas para preservá-lo. A ciência contábil terá papel fundamental neste processo e agregará um valor ímpar com sua contribuição neste contexto.

*Luiz Fernando Nóbrega é presidente do CRC SP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo).
Fonte: crcsp

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